Qualidade e verticalização na tilapicultura de Morada Nova
Aquicultura

Qualidade e verticalização na tilapicultura de Morada Nova 3p1c56

Grupo Morada Fish e a Cardume Brasil estabeleceram suas bases no mercado compartilhando protagonismo 2o672d

26 de julho de 2024 3o2f53

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Morada Nova de Minas e região vêm se desenvolvendo nos últimos anos sustentadas por empresas que têm despontado como protagonistas na crescente indústria da tilapicultura. Iniciando como empreendimentos apoiados em sociedades, o Grupo Morada Fish e a Cardume Brasil, por exemplo, estabeleceram suas bases no mercado compartilhando esse protagonismo.
 
A Cardume Brasil começou em 2010, quando Eloi Rodrigues, aceitou um convite para construir um negócio na piscicultura com mais dois sócios. Embora desconhecesse sobre a produção de peixes, sua proximidade com a região de Morada Nova de Minas o levou a aceitar o desafio e começar a jornada da Cardume Brasil com um propósito claro: "Eu queria uma empresa sustentável, que se mantivesse por si só," conta o hoje sócio-gestor da empresa.
 
Os dois sócios saíram posteriormente, mas a Cardume Brasil seguiu com Rodrigues na gestão e a ajuda de seus filhos. A empresa, que iniciou alojando 10 mil alevinos de tilápia por mês nos tanques-rede em Paineiras (MG), na represa de Três Marias, logo expandiu suas operações. “Hoje, alojamos 150 mil alevinos/mês, somando uma produção anual de 1.440 toneladas.”
 
 
Aposta na verticalização
 
Já o Grupo Morada Fish foi formado em 2017 por três empresários que se associaram como empresa privada. Em 2021, os sócios apostaram na verticalização com a produção de juvenis em tanque escavado para resolver desafios de sobrevivência dos alevinos à época. Já em 2022, a empresa adquiriu uma unidade de beneficiamento no centro de Morada Nova de Minas. "Hoje, focamos na sustentabilidade e agregamos valor na cadeia", destaca Rodrigo Costa, diretor de produção do Grupo Morada Fish e responsável pela unidade de produção de juvenis e uma das unidades de engorda.
 
Contudo, como uma jornada iniciada em região incipiente, Costa conta que a informalidade do mercado e as oscilações de preço têm sido os maiores obstáculos enfrentados. "A gente tinha muito processamento informal e clandestino, sem referências de preço, além de grandes oscilações, o que nos tornava reféns do humor do mercado. Mas as coisas vêm melhorando.” 
 
 
Inovação para a expansão
 
Para a Cardume Brasil, a atenção está voltada para a saúde dos peixes. Conforme Eloi Rodrigues, os produtores de juvenis enfrentam problemas na represa, ocasionando perdas enormes. "Antes era de 10%. Hoje, a gente já perde de 20% a 30% do alevino que se aloja na represa," conta. 
 
Por isso, ele adotou uma abordagem diferente, investindo na reposição nos próprios tanques-rede. "Continuo comprando 150 mil alevinos que vão ficar alojados dentro da água. E a perda que ocorrer, eu vou repor com 33 e 36 mil juvenis de 40 gramas que já chegam mais fortalecidos."
 
No caso da Morada Fish, Rodrigo Costa relata que a empresa tem buscado enfrentar seus gargalos com inovação e informação, com técnicas avançadas de produção e controle de qualidade. "Conseguimos desenvolver uns KPIs [em inglês, Key Performance Indicators, que são indicadores-chave de desempenho observados por um negócio] que ajudam no processo como um todo.” Já a garantia da sanidade dos peixes aparece como consequência da melhora desses processos. “A vacinação é feita em tanques escavados para que os peixes possam chegar já imunizados e fortes na represa.”
 
Missão e valores na prática
 
Eloi Rodrigues faz questão de que sua empresa tenha ainda um foco rigoroso nos indicadores de desempenho e na margem. A abordagem meticulosa no manejo dos peixes é outro aspecto diferencial para manter o peixe vivo até o abate. “Desse cuidado com a qualidade do peixe, a estabelecemos uma meta de rendimento mínimo de 35%.” 
 
Por sua vez, a sustentabilidade é um dos pilares de atuação do Grupo Morada Fish. Com um manejo cuidadoso da água coletada na represa, Rodrigo Costa detalha que a empresa adota práticas de reciclagem de nutrientes e dos peixes mortos em adubo para o gado. “A adoção desses e outros processos possibilitou um crescimento de volume de produção em cerca de 20% no último ano, com cada unidade de engorda produzindo em média 120 toneladas de tilápia por mês.” 
 
Essa matéria é o texto 4 da série "Tilapicultura mineira: A nova morada da piscicultura brasileira" e integra a matéria de capa da Seafood Brasil #53. Clique aqui e leia na íntegra.
 
Créditos da imagem: Seafood Brasil
 

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