A Balança Comercial brasileira de pescado em 2024 6x504g
O ano ado registrou números recordes com exportações e importações, com a tilápia obtendo destaque 1a6z2y
05 de maio de 2025 23342y
O mercado de pescado brasileiro encerrou 2024 com números expressivos e grandes movimentações no comércio global. A Balança Comercial do setor registrou avanços tanto nas exportações quanto nas importações. Como consequência, o dispêndio atingiu patamares recordes em relação ao ano anterior.
Mas, apesar dos números positivos e mesmo após 5 anos da pandemia, o segmento ainda enfrenta incertezas significativas em meio às turbulências globais. O contexto de mudanças climáticas, disputas geopolíticas e uma economia mundial em constante reavaliação tem resultado em cenários cada vez menos previsíveis. Logo, isso exige que os responsáveis por estabelecer as diretrizes econômicas reavaliem seus dados constantemente, refletindo as dificuldades de um mercado em adaptação no Brasil e no mundo.
No Brasil, por exemplo, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD/IBGE) mostrou que a população ocupada em novembro de 2024 foi de 103,7 milhões de pessoas, um aumento de 2,9% em comparação com o mesmo período de 2023. Ao mesmo tempo, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revisou suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, estimando um crescimento de 3,5% em 2024 e uma inflação (Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA) de 4,4% em 2025. Contudo, o IPEA alerta que “os níveis de incerteza embutidos nas previsões estão elevados”.
Já no âmbito climático, 2024 foi marcado por tragédias como as enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul em março, afetando 475 dos 497 municípios do Estado. Sendo assim, o setor aquícola gaúcho sofreu perdas significativas, evidenciando a necessidade de estratégias de recuperação e maior resiliência frente a eventos extremos.
Por outro lado, no campo político, o retorno do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) em 2023 e a nova composição do governo federal trouxeram desconfianças e expectativas, acompanhadas de movimentos importantes ao longo dos últimos 2 anos. Entre os destaques do ano ado, estão a inclusão do pescado na nova "Cesta Básica", a regulamentação da Nova Reforma Tributária e a conclusão das negociações do Acordo de Parceria entre Mercosul e União Europeia.
Além disso, com foco na expansão internacional e na competitividade do pescado brasileiro no mercado global, o setor foi marcado, em 2024, por iniciativas estratégicas e decisões fundamentais. Entre elas, a parceria público-privada no projeto Brazilian Seafood e a conquista do fim da obrigatoriedade do Certificado Sanitário Internacional (CSI) para a exportação de pescado aos Estados Unidos.
Em resumo, todas essas mudanças e movimentações trazem reflexões importantes, como destacou o executivo de uma multinacional estrangeira de pescado que preferiu não se identificar: “Estamos cientes de que não há mais como aumentar a nossa produção global pesqueira. Precisamos aumentar o valor do que produzimos”, afirmou. Essa visão tem se tornado cada vez mais evidente, com os preços de espécies importadas pelo Brasil mostrando aumentos consistentes ao longo do ano, especialmente aquelas oriundas da pesca industrial.
Mesmo assim, as exportações brasileiras de pescado atingiram 64,6 mil toneladas em 2024, um aumento de 7,7% em relação a 2023. Em termos de valor, o setor registrou US$ 396 milhões em receitas, marcando um crescimento de 19,6%, impulsionado pela elevação de 11% no preço médio em dólares - esses resultados representam os melhores números dos últimos 15 anos.
Neste cenário, as “Tilápias” reafirmaram seu protagonismo como a principal espécie exportada, com 10.823 toneladas enviadas ao mercado externo, crescimento expressivo de 108% em relação ao ano anterior. Outros destaques incluem a “Corvina”, com aumento de 11% no volume exportado, e os “Atuns e Afins”, que embora tenham registrado uma queda de 20,6%, continuam sendo um dos pilares da pauta exportadora.
Aqui, cabe ressaltar que os Estados Unidos consolidaram sua posição como o principal destino do pescado brasileiro, absorvendo 46,9% do volume total exportado e respondendo por 56,5% da receita gerada pelo setor. Outros mercados de destaque incluem a China e Hong Kong que juntos, tiveram uma participação expressiva no desempenho das exportações.
Já as importações brasileiras de pescado totalizaram 291,6 mil toneladas em 2024, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Embora os volumes permaneçam historicamente baixos, o valor gasto atingiu um recorde de US$ 1,571 bilhão, impulsionado por uma elevação de 42% no preço médio das importações desde 2019. Neste contexto, os principais itens importados foram “Salmões e Trutas”, que somaram 120,8 mil toneladas e US$ 911,2 milhões em gastos, seguidos por “Pangas e Bacalhaus”. No entanto, o Chile manteve sua posição de liderança como maior fornecedor, respondendo por 58,8% do valor total importado pelo Brasil.
Essa combinação de volumes moderados e aumento significativo nos custos é resultado de uma nova configuração de preços em diversos segmentos no mercado global, especialmente após a pandemia. Para contextualizar, o preço médio das importações brasileiras de pescado em 2019 era de US$ 3.797/tonelada, enquanto, em 2024, esse valor saltou para US$ 5.388/tonelada — uma alta de 42% em apenas 5 anos.
Este texto faz parte da seção "Estatísticas" da Seafood Brasil #57. Para ler esta e outras matérias desta edição na íntegra, clique aqui.
Quer ficar por dentro dessas e outras notícias do universo do pescado? e nossa seção de notícias e também não deixe de seguir os perfis das Seafood Brasil no Instagram, no Facebook e no YouTube!
Créditos imagem: Canva
57, Estatísticas, exportação, importação, seafood brasil, tilápia